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A culpa materna

  • Foto do escritor: Gabriela Muriano
    Gabriela Muriano
  • 20 de ago.
  • 1 min de leitura

A maternidade costuma ser atravessada por uma sensação de dívida impossível de ser quitada. Muitas mães relatam viver entre o desejo de oferecer o “melhor” ao filho e a angústia de nunca sentir que é o bastante. Essa experiência tem nome: culpa materna.


Na psicanálise, a culpa não se reduz a um erro real ou a algo que poderia ter sido diferente; ela se liga à relação com o desejo. A mãe se vê convocada a ser inteira para o filho, mas também é chamada pela vida que existe fora da maternidade — seu trabalho, seus amores, seus próprios interesses. É nesse desencontro, entre o que se imagina que uma mãe deveria ser e o que é possível sustentar, que a culpa encontra terreno fértil.


É preciso lembrar, no entanto, que não é da perfeição que um filho precisa. É justamente na experiência de lidar com a imperfeição da mãe — com sua ausência em alguns momentos, com seus limites e até mesmo com seus erros — que a criança aprende sobre o mundo e sobre si. A falha, longe de ser um problema, abre espaço para que o filho construa uma vida própria, separada e singular.


O excesso de culpa, quando não é reconhecido, pode se tornar uma prisão, aprisionando também a relação mãe-filho em uma dinâmica de dívida e cobrança infinita. Mas, quando é escutada, a culpa pode se transformar em um lembrete: não de perfeição, mas de uma presença suficientemente boa, possível e viva.



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